Estudos Sociedade e Agricultura

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Margareth Brandini Park

De Jeca Tatu a Zé Brasil: a possível cura da raça brasileira*


Estudos Sociedade e Agricultura, 13, outubro 1999: 143-150.

Margareth Brandini Park é professora do programa de pós-graduação em Ciências e Práticas Educativas-Unifran/SP e pesquisadora do Centro de Memória-Unicamp.


No Brasil, proliferaram almanaques de laboratórios, saídos das gráficas que imprimiam os rótulos dos medicamentos. Eram mais que um veículo de propaganda; estabeleceram-se como material de leitura. Afinal, mais que consumidores, buscavam leitores.

Neste universo, o Almanaque Biotônico Fontoura é, sem dúvida, o mais importante deles. Impulsionado pelo sucesso do folheto Jecatatuzinho, distribuído anteriormente pelas farmácias, o primeiro número saiu em 1920 elaborado e ilustrado por Monteiro Lobato, com uma tiragem de 50 mil exemplares. Durante muitíssimos anos, das décadas de 30 a 70, o número de exemplares impressos e difundidos do livro do autor de América oscilou entre dois e três milhões e meio. Desde a primeira edição até os anos 70, o Laboratório Fontoura recebeu diariamente uma média de 30 cartas de leitores interessados em seu almanaque.

As linhas literárias aliadas aos discursos das práticas raciais, medicalizantes e educativas do folheto cristalizaram-se e foram apropriadas pelos jornais, por outros folhetos e almanaques e também distribuídos nas escolas. Monteiro Lobato, o autor do Jeca Tatu do Almanaque Biotônico Fontoura,  conseguiu capturar e produzir um amplo público infantil através da escola, onde ocorria não só a circulação do almanaque mas ainda de exemplares dos seus livros infantis.

Na virada do século, começava a se discutir no Brasil as teorias raciais e serão os “homens de sciência” da época, acreditando que os grupos inferiores impediam o rumo à civilização, os que irão empunhar bandeiras médicas, legais e literárias na cruzada pelo progresso do país, o qual obrigatoriamente passaria pelo aprimoramento dessa população que, segundo Gobineau, era totalmente mulata, viciada no sangue e no espírito e assustadoramente feia (Schwarcz, 1995).

É neste cenário que o papel formador da nova raça brasileira através do Jecatatuzinho do almanaque começa a ser esboçado em 1912 quando Monteiro Lobato, vivendo na fazenda recebida de herança do avô, toca no tema do piolho da terra. Convivendo com os empregados da fazenda, ele gesta esse piolho da terra. Porém, será em 1914, no jornal O Estado de São Paulo, que sairá publicado seu artigo de título “A velha praga”, denunciando o hábito pernicioso das queimadas das matas pelos caboclos. Assim aparece, no texto, o Jeca-Caboclo: “... A nossa montanha é vítima de um parasita, um piolho da terra, peculiar ao solo brasileiro... Este funesto parasita da terra é o CABOCLO, espécie de homem baldio, semi-nômade, inadaptável à civilização, mas que vive à beira dela... não se liga à terra, como camponio europeu “agrega-se”, tal qual o “sarcopte [1] ... Chegam silenciosamente, ele e a “sarcopta” femea, esta com um filhote no utero, outro ao peito, outro de sete anos à ourela da saia – este já de pitinho na boca e faca à cinta. Completam o rancho um cachorro sarnento e ... O Nero: é um urumbeva [2] qualquer, de barba rala, amoitado num litro de terra litigiosa ... O caboclo é uma quantidade negativa ... ”

A repercussão do texto de Lobato é grande e o jornal se propõe a pagar por suas colaborações.

O próximo texto será “Urupês”,  também publicado no jornal O Estado de São Paulo em 13 de dezembro de 1914, focalizando o Jeca, seu modo de vida, suas simpatias. O caboclo aparece como sombrio cogumelo, no pau podre e úmido, comparado aos campônios europeus. Com a modificação de algumas palavras, será o mesmo texto impresso posteriormente no livro Urupês, lançado em 1918.

Esboça-se nessa literatura de Lobato aquele que era preciso curar através da saúde e da instrução. Binômio que se estenderia mediante almanaques de farmácia em direção aos bancos escolares.

Era esse o caipira que o viajante Saint-Hilaire se referia em seu livro Viajem à Província de São Paulo: “…Esses homens embrutecidos pela ignorância, pela preguiça, pela falta de convivência com seus semelhantes, e, talvez, por excessos venéreos primários, não pensam: vegetam como árvores, como as ervas do campo”  (Brandão apud Yatsuda, 1992).

O Jeca de Lobato passeia por todas as seções da imprensa, pelos acontecimentos esportivos, comentários políticos, cartazes de teatro e campanhas sanitaristas. O ápice do reconhecimento e popularidade do personagem dá-se na repercussão da Conferência de Ruy Barbosa, no Teatro Lírico, sobre a questão racial no Brasil, na qual o Orador assim iniciava a sua peça discursiva:  “ - Conheceis por ventura o Jeca Tatu do “Urupês” de Monteiro Lobato, o admirável escriptor paulista? Tivestes, algum dia, ocasião de ver surgir, debaixo desse pincel de uma arte rara na sua rudeza, aquele typo de uma raça que “entre as formadoras de nossa nacionalidade” se perpetua a vegetar de cócoras, incapaz de evolução ou impenetrável ao progresso...” (Estadinho, 24/03/1919).

A incorporação do personagem no imaginário nacional ocorre, indiscutivelmente, por ocasião do enlace entre Cândido Fontoura e Monteiro Lobato. Ambos, expressivamente pioneiros na indústria de São Paulo. Um, no ramo farmacêutico, o outro, na atividade editorialística.

O personagem nascido da pena de Lobato para expressar a pobreza endêmica do país e as soluções propostas em termos de medicina social, sanitarismo, saneamento básico e reurbanização espelha no autor as idéias de Progresso e Civilização que marcavam as primeiras décadas do século XX no Brasil. A raça brasileira precisaria ser moldada e polida para trilhar tal caminho. O lema Saúde e Educação resumia o ideal civilizatório ancorado no trinômio ORDEM/ORGANIZAÇÃO/TRABALHO, cujos inimigos naturais seriam o estado de pobreza, a sujeira, o analfabetismo e a ignorância.

Como observou Corbin, a tarefa dos higienistas será a de separar o burguês desodorizado, do povo infecto (1987).

Seria necessário tirar o cheiro da terra e dos excrementos que acompanha o habitante do campo, limpando e arejando suas residências, organizando os espaços, regularizando relações, abrindo caminho da casa do camponês até a casa do futuro operário. Segundo Moléon, relator do Conselho de Salubridade de 1821, na França, um povo amigo da limpeza logo se tornaria amigo da ordem e da disciplina.

A educação passa a ser, na linguagem do médico brasileiro Miguel Couto, o evangelho da selva, com o seu elixir. A metáfora médica enxerga a sociedade brasileira como um corpo doente que precisa ser curado. A educação poderia e deveria aperfeiçoar a raça, higienizando, para não deixar vestígios de diferenças, tornando os corpos dóceis. O papel da elite intelectual do país seria trabalhar pela união,  conduzindo o povo brasileiro a um ideal de coesão onde a preocupação com a diversidade significava a busca da harmonia (Rocha, 1995).

Os discursos medicalizantes, raciais e educativos do nosso autor interpenetram-se na tessitura dos seus escritos. O remédio da educação aparece no elixir Biotônico, indicado para consumo no universo escolar e para impedir o desgaste físico e mental, tendo como garoto-propaganda o Jeca Tatu.

Em folhetos, a história do Jecatatuzinho teve, na sua 35a edição, 84 milhões de exemplares, em 1982 alcançando 100 milhões. Aliada à tiragem de exemplares, astronômica para os padrões do país, há a gratuidade do material que se espalha de norte a sul.

Uma carta de Monteiro Lobato escrita para Godofredo Rangel em 7 de fevereiro de 1927 a respeito das enormes tiragens conseguidas pela associação da fórmula elixir-literatura, esclarece  muito: “... E soltamos avalanche de papel sobre o público como se fosse uma droga de farmácia, um Biotônico. Anúncios, circulares, cartazes, o diabo. O público tonteia, sente-se asfixiado e engole tudo.”

Ao escrever De civilitate morum puerilium (Da civilidade em crianças), Erasmo de Rotterdam talvez não imaginasse o alcance de tal empreendimento. Discutindo o comportamento das pessoas em sociedade, aquele seu livro foi lançado em 1530 e teve, em seis anos, mais de 30 reedições, obtendo um total de mais de 130. O próprio pensador colaborara com a grande oficina tipográfica do humanista Johannes Frobem, o que certamente facilitara as edições de “folhetos” para a maior popularização, superando o seu Elogio da Loucura.

Elias nota que o processo civilizador gera manuais e cristaliza práticas a serem observadas (1990).

Três são os momentos do Jeca Tatu de Monteiro Lobato. Primeiro, em 1914, no artigo já citado “Velha Praga” aparece o caboclo vazio, adepto das queimadas. No texto “Jeca Tatu e a Ressurreição”, de 1920, ele tem possibilidade de cura mediante medicalização/instrução. E, afinal, em 1947, em “Zé Brasil”, converte-se num Jeca atualizado que discute as idéias de Carlos Prestes, líder de manifesta simpatia de Lobato; e no qual o latifúndio é apresentado como o maior mal, denunciado na figura do  coronel Tatuíra, que nada planta. Este texto saiu em folheto, muito procurado, em edições clandestinas. A Editorial Calvino chegou a tirar uma edição de luxo, inclusive, ilustrada por Portinari.

O personagem de Monteiro Lobato  é fluido tendo em vista que carrega consigo espaços que são preenchidos de forma diferenciada, de acordo com os vários momentos históricos do país.

Serão destacadas a seguir passagens do texto original do Jecatatuzinho com o intuito de explicitar momentos de uma problemática nacional, que afloram na intertextualidade, indicando as relações autor–obra-história.

Jéca Tatú era um pobre caboclo que morava no matto, numa casinha de palha. Vivia numa completa pobreza, em companhia da mulher, muito magra e feia e de vários filhinhos, pallidos e tristes.

Jéca Tatú passava os dias de cócoras, pitando uns enormes cigarrões de palha, sem animo de fazer coisa nenhuma.

Ia ao matto caçar, tirar palmitos, cortar cachos de brejaúva, mas não se lembrava de plantar um pé de couve atrás do seu casebre.

Perto corria um ribeirão, onde elle pescava de vez em quando uns lambarys e um ou outro bagre. Com isso lá ia vivendo.

Dava pena ver a miséria da sua casa.

Não havia nella nem móveis, nem roupas, nem nada que significasse commodidade. Um banquinho de tres pernas, umas peneiras furadas, uma espingardinha de carregar pela bocca, muito ordinaria, e só.

Todos que passavam por alli diziam ao vel-o:

Que grandessíssimo preguiçoso!

Tudo para elle não pagava a pena.....

A única coisa que pagava a pena era ir á venda comprar pinga e beber.

Por que você bebe, Jéca? diziam-lhe.

E elle respondia:

Bebo para esquecer.

Esquecer, quê?

Esquecer as desgraças da vida....

E os passantes murmuravam:

Além de vadio, bêbado......

A leitura sugere uma realidade causadora de repulsa. A mulher é feia, são incontáveis os filhos. O Jeca tem vícios, fuma e bebe, o que poderia causar a degeneração racial tão temida. A descrição da casa com absoluta falta de comodidade aponta para um local sem individualidades preservadas.

Tais prescrições acima focalizam não só as doenças, mas também o modo de vida, o cigarro, a bebida, a sexualidade, a fecundidade e as limitações do seu habitat.

Ao lado delle morava um italiano que já estava ficando rico. O homem trabalhava o dia inteiro e seu sítio era uma belleza.

Por que não fazia Jéca o mesmo?

Quando lhe perguntavam isso, Jéca dizia:

Não paga a pena plantar. A formiga come tudo...

Mas como é que o seu vizinho italiano não tem formiga no sítio?

É que elle mata.

Lobato compara a raça brasileira aos estrangeiros imigrantes, e ela aparece  inerte, incapaz e modorrenta...

Um dia passou lá um doutor e, como ameaçasse chuva, o homem resolveu abrigar-se na casa do Jéca. Pediu liçença, emtrou e abriu a bocca diante da miséria da casa.

Depois, prestando attenção no Jéca, e vendo como era pállido e magro, resolveu examinal-o.

Esse doutor era um médico muito estudioso e intelligente. Tinha escrito vários livros e vivia a falar de hygiene.

Acabado o exame, o doutor disse:

Amigo Jéca, sabe você que o que você tem é doença?

Mas Jéca não podia acreditar numa cousa: que os taes bichinhos entrassem pelo pé. Elle era positivo e dos taes que só vendo.

O doutor resolveu abrirlhe os olhos de uma vez.

Levou-o a um lugar humido,atrás da casa e disse-lhe:

Tire a botina e ande um pouco por ahi.

Jéca obedeceu.

Agora venha cá. Sente-se. Bote o pé em cima do joelho. Isso. E agora examine a pele com esta lente.

Jéca tomou a lente das mãos do doutor, olhou e percebeu vários vermes pequeninos que já estavam penetrando na sua pelle, através dos poros.

O pobre homem arregalou os olhos assombrado.

E não é que é mesmo? Quem “havéra” de dizer!....

Pois é isso, sêo Jéca, e daqui por deante não duvide mais do que disser a sciencia.

Nunca mais! Deus me livre! Daqui pra deante dona Sciencia está dizendo, Jéca está jurando em cima! T’esconjuro!......

Redentor de um mundo “ignorante”, o saber científico aparece na figura daquele que dele é investido, o médico. Estudioso, inteligente, escritor de diversos livros. Aquele que busca, através da razão, conhecer a doença, mostrar os seus sintomas, apontando remédios e condutas higiênicas. Só ele pode espantar as crendices e as simpatias que povoam o universo do caboclo.

Essa identificação com a questão médica é tão forte que Monteiro Lobato, em carta a Godofredo Rangel, datada de 8 de julho de 1918,  escreve: “... A mim me favoreceu muito aquela campanha pró-saneamento que fiz pelo Estado. Popularizou-se a marca “Monteiro Lobato”. O público imagina-me um médico sabidíssimo, e a semana passada tive um chamado telefônico, altas horas da noite. -É o Doutor Monteiro Lobato? -Sim. -Doutor, minha mulher está sentindo dores. Poderá vir atendê-la? Meu primeiro ímpeto foi ir e puxar para fora o filho daquele sujeito e depois contar na rodinha o caso. Mas a respeitabilidade venceu. -Não sou médico parteiro, meu caro senhor. -Queira desculpar. Eu pensei que...”

Quanto à  instrução propriamente dita, o mesmo Lobato assim se refere  no jornal Estadinho de 16 de junho de 1919: “... Pobre Geca Tatu! A tua vida é como a vida da coruja. É como a vida do curiango: não enxergas, por assim dizer, com os raios do sol; és cego dos esplendores do mundo: és cego às belezas da terra! Falta-te Geca, um pouco de luz no intelecto, falta-te uma scentelha de INSTRUÇÃO... e dahi a causa da tua tristeza e da tua dor, e dahi a causa da tua nenhuma açção, nenhuma energia nenhum animo, nenhuma vida! E hás de ser semppre assim Geca. Frio, insensível, desalentado, abatido, enquanto não te derem, com abundancia, o necessario pão para o teu espírito, o indispensável alimento para o teu cérebro!”

É muito forte a crença de Lobato na  educação e na higiene como meios reorganizadores da sociedade. Em sua literatura, o restante da história é por demais conhecido: o Jeca fica curado, rico, aprende inglês, faz do italiano o feitor de sua fazenda. Embrenha-se pelo interior do país a calçar e a medicar pessoas e afinal morre, dizendo as palavras: “Como é suave a morte de quem cumpre o seu dever até o fim!”  “Além dos heróis construídos a partir das qualidades positivas, há aqueles construídos com base em qualidades negativas, como o caso do Jeca Tatu” ( Barbosa, 1994).

E assim o personagem Jeca entra para a história brasileira, tendo um capítulo à parte no livro do nosso  processo civilizatório.

“Menino! Nunca te esqueças desta história; e, quando fores homem, trata de imitar o Jeca. Se fores fazendeiro como teu pae, trata de curar teus camaradas. Além de lhes fazeres um grande benefício, farás para ti um alto negócio. Verás que o trabalho dessa gente produzirá três vezes mais e te enriquecerá muito mais depressa.”

Monteiro Lobato viria à público desculpar-se do “typo” que criara, mas não conseguira redimir a criatura que não convence quando supera suas mazelas.

O Jeca circulou e ainda circula na sociedade brasileira através do  imaginário social. Andou e anda por aí, livremente a mostrar uma marginalidade que se nos apresenta incorporada, consciente ou inconscientemente...

Referências bibliográficas

Barbosa, R. L. L. Mitificação da leitura. A construção do “herói”. Campinas, 1994. Tese apresentada na Faculdade de Educação da Unicamp.

Chartier, R. A História cultural: entre prática e representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo, Rio de Janeiro: Bertrand, 1990.

Corbin, A. Saberes e odores. O olfato e o imaginário social nos séculos dezoito e dezenove., São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

Diário Popular. O amigo de Lobato. São Paulo, 29 de maio de 1985.

D. O. Leitura/cultura. Jeca Tatuzinho. São Paulo, fevereiro de 1996. p. 8-9

Elias, N. O processo civilizador. Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

Lobato, M. A barca do Gleyre.. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1944.

Miceli, S. Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920 - 1945). São Paulo: Difel, 1979.

O Estado de São Paulo. O Jeca Tatu. São Paulo, 1985.

Rocha, H. H. P. Imagens do analfabetismo: a educação na perspectiva do olhar médico no Brasil dos anos 20. Campinas, 1995. (Dissertação apresentada na Faculdade de Educação da Unicamp)

Schwarcz, M. K. L. Nomeando as diferenças: a construção da idéia de raça no Brasil. In: O Brasil na virada do Século: o debate dos cientistas sociais., Rio de Janeiro: Relume-Dumará 1995, p. 177-191.

Yatsuda, E. O Caipira e os outros In: Cultura Brasileira-Temas e Situações., São Paulo: Editora Ática, 1992.

 

Notas

* O argumento do presente texto já foi por mim apresentado no livro  História e Leituras de Almanaques no Brasil; Editora Mercado de Letras. Fapesp/ Associação de Leitura do Brasil, Campinas, 1999.

[1] Sarcopte: parasita.

[2] Urumbeva ou urumbeba: sujeito crédulo, fácil de ser logrado.