Estudos Sociedade e Agricultura
Mistério
Souza Freitas
O vidro da janela meu rosto refletiu,
arrebatou-me um sentimento-sobressalto:
"serei eu aquele velho-já"?!
a imagem de minha face brincava no verde do jardim
o vidro estava limpo
eu olhei para os meus olhos são azuis mas parecem sem mim.
Sou um lago de repente,
penetrar eu quis naquele azul de água
o fundo no entanto de barro e lama era
do lodo que a vida à planta pode dar
a esperança de uma árvore
de um fruto amadurar
Meus olhos são azuis
mas parecem sem mim
O vento sacudiu o jardim
a água de meus olhos ficou turva
o lago se esgotou
o fundo eu mais não vi
meus olhos se fecharam
eles são azuis
mas parecem sem mim
E numa curva inconsciente
jardim... verde jardim
água límpida
olhos azuis fechados
eu, mistério sem fim.
Verão de 1987